21 de ago. de 2011

Teste do Kasinski Prima Electra 500



A bicicleta é uma das representantes da bandeira ecológica por ser um veículo que não polui e melhora a saúde de quem a usa. No entanto, para facilitar a vida de quem gosta de pedalar pouco existe a bicicleta elétrica, uma categoria de veículo híbrido entre a versão tradicional e uma moto. E é "quase" nessa categoria que a Prima Electra 500 da Kasinski se encaixa, mas com várias vantagens.


O Prima Electra 500 está equipado com um motor elétrico de 500 watts instalado na roda traseira e pedais, que auxiliam o propulsor em momentos críticos como acelerações e subidas. Isso classifica o Kasinski como um híbrido, mas que não é do tipo completo, pois os pedais não servem como força principal e tampouco geram energia. (veja o motivo adiante).

Depois de lançar o scooter Prima Electra 2000, a Kasinski ergueu uma fábrica voltada a veículos elétricos no estado do Rio de Janeiro. Na ocasião da inauguração da unidade, o presidente Cláudio Rosa Jr. prometeu lançar mais versões de elétricos com duas rodas. 

O Prima 500 é um híbrido paralelo, do tipo em que apenas um dos sistemas de propulsão pode ser o principal, sendo o outro suplementar em casos de maior exigência de torque. Os pedais são úteis quando o scooter está em movimento, pois a pedivela tem braços curtos e a catraca, apenas 14 dentes. Isso torna a relação muito longa e o trabalho, bastante pesado. A corrente é a mesma aplicada em bicicletas, mas com tensor para mantê-la esticada.

É interessante conduzir o Prima, que tem comandos leves, farol eficiente e luzes para sinalização. A suspensão é um grande diferencial que, em conjunto com as carenagens, torna a condução mais agradável e segura.

A Kasinski é uma das poucas fábricas sino-brasileiras a acertar os desenhos de seus produtos, e com o novo elétrico não foi diferente, pois suas linhas agradaram a maioria. As rodas de 14 polegadas estão proporcionais e o banco curto, coerente com o peso que o veículo pode transportar.




Nem tudo é bom

Apesar de estar dentro da proposta e do esperado, o desempenho é muito limitado e se restringe a pequenos trajetos com aclives curtos e poucas acelerações. A autonomia de 35 quilômetros é boa, mas seria melhor se os pedais pudessem carregar a bateria, que aliás, pesa 17,8 kg (ou 27,4% dos 65 kg do Prima) e requer de seis a oito horas de recarga. A suspensão trabalha bem, mas produz ruídos incômodos.

Na plataforma central não cabem sapatos maiores que tamanho 40, o acabamento tem qualidade baixa e a cor rosa tem tonalidade infantil, bem "Barbie", característica que as mulheres pouco apreciam.

Outro problema é a classificação do Prima Electra 500, considerado um cicloelétrico, que por sua vez é considerado um ciclomotor (pela Res. 315 do Contran), apesar de ter velocidade máxima de 35 km/h. Para conduzi-lo é necessário ter ACC ou CNH A e usar capacete.

No fim das contas, ainda vale a pena

Embora tenha seus defeitos, o Prima Electra 500 é um bom negócio se comparado às bicicletas elétricas, que custam entre R$ 1.500 e R$ 2.500, mas não possuem suspensão, farol eficiente e assistência técnica em vários lugares do país. Por R$ 2.500 (sem o ágio cobrado pelas concessionárias), o Prima Electra 500 é uma boa alternativa às bicicletas elétricas e às cinquentinhas.