1 de dez. de 2016

Guia de Frenagem - Parte 4

Manutenção do sistema de freio


Saber como funciona os freios e a física e também como frear não é suficiente. É preciso ainda saber como manter o sistema de freio funcionando perfeitamente para garantir máxima segurança nas frenagens.

A Honda recomenda que o sistema de freio passe por uma revisão a cada quatro mil quilômetros. Devem ser verificados vários componentes.

Regulagem do freio dianteiro a cubo: o freio dianteiro deve estar preparado para ter o máximo de força de frenagem, e para garantir isso o manete não pode tocar o punho quando for apertado com força. A regulação do freio é feita na porca do braço do came (veja o primeiro quadro da ilustração abaixo).

É importante deixar uma zona morta que não aciona o freio de pelo menos 1 a 2 centímetros medido na ponta do manete. A regulagem deve ser feita com a roda alinhada e através da porca localizada no lado interno do manete, sob proteção emborrachada. O acionamento da luz de freio deve acontecer a partir da zona morta.



O freio traseiro também é regulado pela porca do braço do came e deve ser preparado para ter o máximo de força de frenagem. A zona morta recomendada é de 1,5 a 2,5 centímetros. O acionamento da luz de freio deve acontecer a partir da zona morta.

Lubrificação de componentes: quando o manete estiver duro o cabo de aço deve ser lubrificado com óleo de baixa viscosidade. Outro componente que exige lubrificação é o came que abre as lonas. Basta colocar um pouco de graxa para garantir que ele não trave após uma frenagem. É muito importante garantir que pastilhas, lonas, disco e cubo não tenham contato com lubrificantes.

Checagem de acionamento da luz de freio: a luz de freio deve acender quando o manete ou o pedal ainda estiverem na zona morta. Isso é importante para dar alertas a outro condutor que esteja atrás, sem necessariamente frear a moto. A regulagem do acionamento pelo pedal é feito logo acima do próprio pedal.

Lixamento de lonas e pastilhas: com o tempo as lonas e pastilhas criam uma camada vitrificada que entra em contato com o disco ou o cubo. Essa camada não possui bom atrito (aderência) e causa ruídos. É preciso removê-la com lixa 100 de modo que a área de contato permaneça uniforme. Caso a camada de material esteja fina, o certo é substituir as peças.

Substituição de lonas e pastilhas: as pastilhas de freio devem ser trocadas antes que o material de atrito chegue ao fim, sob risco de danificar o disco e ficar sem freio. As fábricas recomendam que sejam trocadas logo que chegam à marcação indicadora de fim de vida útil. Baixo nível de fluído de freio é um indicador de pastilhas desgastadas.

As lonas normalmente são trocadas antes que cheguem ao fim. Isso acontece porque elas têm a tendência de vitrificar e perder eficiência por estarem muito duras. Como têm grande durabilidade e baixo preço sempre compensa trocá-las cedo. O desgaste pode ser observado por uma seta localizadas junto ao eixo do came.

Substituição de cubo/tambor: o cubo também sofre desgaste e deve ser trocado após certo tempo. O momento de trocá-lo é quando mesmo com lonas novas não se consegue uma boa regulagem porque a parede está mais fina. Também exige troca o tambor ovalado, e tira completamente a precisão da frenagem. Em motos com roda raiada basta troca o cubo; em motos com rodas de liga leve a roda deve ser trocada.

Substituição de disco: o disco deve ser substituído em caso de desgaste e empenho. Não vale a pena dar passe porque é um item relativamente barato e de grande importância.

Substituição de cabo ou mangueiras: o conduíte do cabo de acionamento do freio não pode ter partes amassadas ou rompidas. Precisa ser substituído quando há acúmulo de sujeita na parte interna, ocasionada pela junção de poeira e óleo. As mangueiras de freio hidráulico devem ser trocadas quando apresentarem rachaduras e estiverem ressecadas. São componentes que trabalham sob intenso estresse e podem romper.

Troca de fluido de freio: o nível de fluído de freio deve ser consultado regularmente através do visor junto ao reservatório. Caso tenha baixado é preciso verificar o estado das pastilhas antes de completar. Não se pode misturar fluídos diferentes tipos ou fabricantes. A troca deve ser feita a cada dois anos, independente de quilometragem, e exige habilidade para evitar a entrada de ar no sistema.

Substituição de pneus: componente essencial para a frenagem, deve ser de boa procedência (Pirelli, Michelin, Dunlop, Metzeler, Levorin, ...) e estar em plena condição de uso. A altura dos "gomos" deve ser de no mínimo 1,5 mm e a validade deve estar em dia (cinco anos após fabricação). Câmara de ar deve ser de altíssima qualidade e não pode receber remendo frio.