Acreditava-se que o airbag lançado nos anos 70 seria mais uma das tecnologias automotivas que jamais chegam às motos. Concebido como um item de segurança passiva capaz de absorver a energia cinética do corpo após um impacto frontal, ele não teria – pelo menos em tese – aplicação prática nas motos. A Honda provou o contrário em 2006.
O sistema lançado no mercado pela General Motors funciona com uma reação química que produz nitrogênio, gás que enche a bolsa em 25 milésimos de segundo. A bolsa segura o corpo e murcha em seguida para absorver a energia cinética (saiba mais) – caso contrário, formaria uma “parede” rígida. Bolsa de ar e reagentes químicos formam um conjunto pequeno e são ligados a uma central eletrônica, que é conectada a sensores de desaceleração localizados na parte frontal do veículo.
Por décadas a Gold Wing está no topo da cadeia de produtos da Honda e é uma turística enorme, com mais de 400 kg de peso, seis cilindros e torque de Corolla. Tem sistema de som premium, marcha ré e eletrônica mais avançada que a de alguns carros. Nada mais natural ela ser a escolhida para sair de fábrica com o primeiro airbag para motocicleta.
Na Gold Wing a bolsa com reagentes fica um pouco adiante do assento e os sensores ficam na suspensão dianteira. Para que o piloto não voe sobre a bolsa duas fitas a prendem na moto. A Honda fez vários testes de impacto com bonecos próprios para simulação de acidentes, os dummies. Simulou colisões e provou a eficácia do sistema, que embora não seja garantia de proteção total, ao menos suaviza as consequências de um forte impacto frontal.
O airbag para motocicleta oferece alguns riscos inesperados de um sistema de segurança. Segundo a Honda, ele pode ser acionado por impactos corriqueiros, como o de um buraco. Mas é um sistema que não exige cuidados especiais ou manutenção. Resta apenas viabilizá-lo em motos menores que a 1800 japonesa.